Será que o TDAH tem cura? Essa é uma pergunta muito comum, e vamos responder-lá ao longo do blog de hoje.
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH) é um dos distúrbios neuropsiquiátricos mais comuns, afetando uma parte significativa da população mundial, tanto na infância quanto na vida adulta.
Estima-se que cerca de 5% das crianças e 4,4% dos adultos nos Estados Unidos apresentem sintomas associados ao TDAH, conforme indicam pesquisas realizadas pelo National Institute of Mental Health (NIMH) e publicado em um estudo no PubMed Central (PMC).
O TDAH é caracterizado por dificuldades de concentração, impulsividade e, muitas vezes, hiperatividade. Embora esses sintomas variem de pessoa para pessoa, eles podem impactar significativamente a vida escolar, profissional e social dos indivíduos afetados.
Ao longo dos anos, muitas pessoas diagnosticadas com TDAH conseguem gerenciar seus sintomas com tratamentos adequados, podendo até viver de forma totalmente funcional.
No entanto, ainda há muitas dúvidas sobre a natureza do TDAH e o que realmente causa essa condição.
O que leva uma pessoa a ter TDAH?
Antes de entender se o TDAH tem cura, é importante que você compreenda o que pode levar uma pessoa a desenvolver esse transtorno.
Embora as causas exatas do TDAH não sejam totalmente compreendidas, pesquisas indicam que uma combinação de fatores genéticos, neurológicos e ambientais desempenha um papel significativo no seu desenvolvimento.
Assim como em outros transtornos, fatores ambientais durante a gravidez podem influenciar o desenvolvimento. Saiba mais sobre depressão na gravidez e seus impactos.
A genética parece ser um fator essencial, já que o TDAH frequentemente ocorre em famílias. Se um dos pais tem TDAH, há uma chance maior de que os filhos também apresentem o transtorno.
Além disso, estudos indicam que alterações em áreas do cérebro relacionadas à regulação da atenção e do comportamento, como o córtex pré-frontal, podem estar associadas ao TDAH.
Fatores ambientais também têm impacto no desenvolvimento do transtorno, como a exposição a toxinas durante a gravidez, tabagismo materno ou consumo de álcool.
Complicações no parto ou baixo peso ao nascer também aumentam a probabilidade de uma criança apresentar sintomas de TDAH.
Em resumo, o TDAH é uma condição multifatorial, com causas complexas que envolvem a interação entre genética e fatores ambientais.
Agora, podemos seguir para um dos pontos mais questionados sobre o transtorno: TDAH tem cura?
TDAH tem cura?
Antes de abordar diretamente a questão sobre se o TDAH tem cura, é importante entender que o transtorno é considerado uma condição crônica.
Isso significa que, embora os sintomas possam ser gerenciados ao longo do tempo, o TDAH não tem uma cura definitiva até o momento.
Embora não exista uma solução única para “curar” o TDAH, muitos indivíduos conseguem gerenciar eficazmente os sintomas com tratamentos adequados.
Esses tratamentos incluem uma combinação de medicamentos, terapia comportamental e mudanças no estilo de vida. Para muitas pessoas, o tratamento contínuo pode minimizar ou até eliminar os sintomas ao ponto de não interferirem significativamente nas atividades diárias.
É importante observar que os sintomas do TDAH podem se tornar mais leves à medida que a pessoa envelhece, especialmente se ela começou o tratamento desde a infância. Porém, o transtorno em si geralmente persiste, e as pessoas podem continuar a experimentar alguns sintomas durante a vida adulta.
Em vez de tratar o TDAH como uma condição a ser curada, a abordagem mais eficaz é vê-lo como algo que pode ser gerido de forma contínua, com o suporte adequado. Assim, embora a cura definitiva não seja possível, muitos indivíduos com TDAH conseguem ter uma vida plenamente funcional e bem-sucedida.
Quais são os tratamentos para o TDAH?
Respondemos à questão sobre se o TDAH tem cura, mas possui um tratamento?
O TDAH é considerado um transtorno altamente tratável. Com o diagnóstico correto e um plano de tratamento adequado, é possível controlar os sintomas de forma eficaz.
A medicação, especialmente os estimulantes, é geralmente a primeira linha de tratamento. Esses medicamentos, como anfetaminas (Adderall) e metilfenidato (Ritalina)
Ajudam a aumentar os níveis de dopamina no cérebro, melhorando a atenção e o controle dos impulsos. Aproximadamente 70% das crianças com TDAH respondem bem a esses medicamentos.
Para aqueles que não têm uma boa resposta aos estimulantes, os não estimulantes podem ser prescritos. Esses medicamentos afetam o neurotransmissor norepinefrina e podem demorar mais para mostrar resultados. Exemplos incluem atomoxetina (Strattera) e guanfacina (Intuniv).
Além dos medicamentos, os tratamentos psicossociais, como programas educacionais para crianças com TDAH e suas famílias, são recomendados. A combinação desses programas com medicação tem se mostrado eficaz.
Para as crianças que não desejam tomar medicamentos, a estimulação do nervo trigêmeo (TNS), aprovada pelo FDA, pode ser uma alternativa. Esse dispositivo envia pulsos elétricos ao cérebro e tem mostrado melhorar os sintomas do TDAH e a função executiva.
Além disso, é fundamental que crianças e adultos com TDAH adotem rotinas de autocuidado, como praticar exercícios, manter uma alimentação saudável e controlar o tempo de tela.
Conheça os benefícios de grupo de apoio para pessoas com TDAH e suas famílias.
O TDAH melhora com a idade?
Uma pesquisa da National Center for Biotechnology Information (NCBI) indica que cerca de 2 em cada 5 crianças com TDAH continuam a apresentar sintomas na adolescência, mas ao final da puberdade, os sintomas podem desaparecer completamente.
Na idade adulta, os sintomas do TDAH tendem a diminuir em cerca de 50%, especialmente em quem recebeu tratamento adequado desde cedo. Cerca de 25% das pessoas com TDAH não precisam de tratamento na vida adulta.
Embora os sintomas do TDAH sejam bastante controláveis, os pesquisadores ainda buscam entender por que algumas pessoas deixam de apresentar sintomas ao longo do tempo.
Alguns especialistas acreditam que os medicamentos estimulantes podem ajudar no desenvolvimento do lobo frontal do cérebro, contribuindo para essa melhora.
Com o tempo, as pessoas também aprendem a se adaptar e a encontrar estratégias que funcionam para elas.
Espero que esse blog tenha respondido sua pergunta sobre ‘TDAH tem cura?’.