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O que é narcisismo? Causas, sintomas e tratamentos

O que é narcisismo? Causas, sintomas e tratamentos

Saiba o que é narcisismo, desde a sua origem mitológica até à psicologia moderna. Conheça os sinais, as causas e as formas de lidar com pessoas narcisistas.
o que é narcisismo​
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Você já conheceu alguém excessivamente vaidoso que parece se importar apenas com suas próprias necessidades?

Essas características podem indicar traços narcisistas. O narcisismo vai muito além da simples vaidade e do amor próprio exagerado.

Compreender o que é narcisismo tornou-se essencial em uma sociedade preocupada com a saúde mental.

Esse fenômeno psicológico afeta relacionamentos e pode causar sofrimento tanto para quem apresenta essas características quanto para as pessoas ao redor.

Origens do termo narcisismo

O termo narcisismo tem raízes na mitologia grega, no mito de Narciso. Segundo a lenda, Narciso era um jovem de extrema beleza que rejeitava todos que se apaixonavam por ele.

Como castigo, Nêmesis fez com que Narciso se apaixonasse por seu próprio reflexo em um lago. Incapaz de afastar-se de sua imagem, Narciso definhou até morrer, transformando-se na flor que hoje leva seu nome.

Foi Sigmund Freud quem introduziu o conceito de narcisismo na psicologia moderna, em 1914. Para Freud, algum grau de narcisismo é necessário e saudável para o desenvolvimento da personalidade.

O que é narcisismo na psicologia moderna

Na psicologia contemporânea, Entender o narcisismo exige uma visão detalhada. Não se trata apenas de vaidade, mas de um espectro de comportamentos e traços de personalidade.

O narcisismo saudável envolve uma autoestima equilibrada, reconhecendo os próprios méritos sem diminuir os outros. Já o patológico representa um extremo desse espectro.

O que é narcisismo patológico? Trata-se de um padrão persistente de grandiosidade, necessidade de admiração e falta de empatia que se manifesta em diversos contextos da vida.

Traços narcisistas vs. Personalidade narcisista

É fundamental diferenciar traços narcisistas normais do transtorno de personalidade narcisista. Todos podemos apresentar alguns comportamentos narcisistas ocasionalmente.

O transtorno de personalidade narcisista (TPN) é diagnosticado quando os traços são tão intensos que prejudicam significativamente o funcionamento social e profissional da pessoa.

Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, o TPN afeta aproximadamente 1% da população geral, chegando a 6% entre pacientes psiquiátricos.

Leia também: O que é transtorno opositivo desafiador (TOD)?

Sinais e sintomas do narcisista

Identificar o que é narcisismo patológico requer atenção a um conjunto de sintomas persistentes. Os principais sinais incluem:

  • Senso grandioso de autoimportância e exagero de conquistas
  • Preocupação com fantasias de sucesso ilimitado e poder
  • Crença de ser especial e único
  • Necessidade constante de admiração
  • Exploração de relacionamentos para benefício próprio
  • Falta de empatia para reconhecer sentimentos alheios
  • Sentimentos intensos de inveja
  • Comportamentos arrogantes e prepotentes

Para o diagnóstico de narcisismo patológico, múltiplos critérios devem estar presentes de forma persistente.

Causas e fatores de risco

Estudos apontam para uma combinação de fatores biológicos, psicológicos e sociais no desenvolvimento do narcisismo patológico.

Pesquisas sugerem predisposição genética para traços narcisistas, com diferenças estruturais observadas em estudos de neuroimagem do cérebro.

Experiências na infância são cruciais. Tanto a superproteção quanto a negligência extrema podem contribuir para o desenvolvimento desses traços.

O ambiente cultural também desempenha papel importante, com sociedades que valorizam excessivamente o individualismo potencialmente reforçando tendências narcisistas.

Como o narcisismo afeta os relacionamentos

Pessoas com TPN frequentemente estabelecem relações problemáticas devido à falta de empatia, um dos aspectos mais prejudiciais nos relacionamentos.

A incapacidade de reconhecer os sentimentos dos outros cria uma dinâmica unilateral, onde apenas as necessidades da pessoa narcisista são consideradas.

Relacionamentos amorosos com pessoas narcisistas frequentemente seguem um padrão: idealização inicial, seguida de desvalorização quando o parceiro deixa de fornecer a admiração constante.

Narcisismo vs. Autoestima saudável

A autoestima saudável baseia-se em uma avaliação realista de si mesmo. Já o narcisismo envolve uma visão inflada e irrealista do próprio valor.

Pessoas com autoestima equilibrada aceitam críticas e aprendem com elas. Indivíduos narcisistas tendem a reagir com raiva diante de qualquer feedback negativo.

Quem tem autoestima saudável consegue se colocar no lugar dos outros, algo que falta no narcisismo patológico.

Leia também: Como superar a baixa autoestima

Tratamento para o transtorno

A psicoterapia é a principal forma de tratamento, com abordagens como a terapia cognitivo-comportamental e a psicoterapia psicodinâmica mostrando resultados promissores.

O tratamento visa desenvolver uma visão mais realista de si mesmo, aumentar a capacidade de empatia e estabelecer relacionamentos mais saudáveis.

Não existem medicamentos específicos para o TPN, mas fármacos podem ser prescritos para condições associadas como depressão ou ansiedade.

Convivendo com pessoas narcisistas

Estabelecer limites claros é fundamental para proteger o próprio bem-estar emocional ao conviver com pessoas que apresentam traços narcisistas.

É importante não alimentar o comportamento narcisista, evitando tanto a admiração excessiva quanto confrontos diretos que podem provocar reações agressivas.

Em relacionamentos próximos com narcisistas, pode ser necessário buscar apoio psicológico para manter a própria saúde mental.

Compreender o que é narcisismo nos ajuda a navegar melhor tanto nossos próprios comportamentos quanto nossos relacionamentos. O narcisismo existe em um espectro, com manifestações saudáveis e patológicas.

Se você identifica traços narcisistas persistentes em si mesmo ou em alguém próximo, considere buscar orientação profissional. O diagnóstico formal deve ser feito por profissionais qualificados após avaliação criteriosa.

Foto de Valdemir Alexandre

Valdemir Alexandre

NEUROPSICÓLOGO - CRP 06/12.562.0

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